RESUMO
O texto tem por objetivo apresentar e discutir resultados de pesquisa que investigou as repercussões dos encaminhamentos/atendimentos psicológicos decorrentes de queixas escolares a que foram submetidos jovens residentes em Porto Velho-RO. Fundamentada em referenciais da psicologia escolar crítica, a pesquisa utilizou um roteiro de entrevista para ouvir quatro jovens com idades entre 22 e 29 anos e suas mães, transcorridos mais de 10 anos dos encaminhamentos. A análise buscou compreender a história de cada sujeito e, em seguida, os aspectos comuns a todas elas. Os resultados evidenciam o sofrimento gerado pela condição de não aprender na escola e indicam que os atendimentos recebidos foram no viés clínico, sem considerar os processos de escolarização que deram origem às queixas; demonstram, ainda, que os encaminhamentos para profissionais da saúde produziram efeitos subjetivos que não resultaram em melhorias no processo de escolarização. Ao contrário, reforçaram e contribuíram para que os sujeitos criassem visões de si mesmos piores do que aquelas que geraram os encaminhamentos. Conclui-se que compreensões mais amplas sobre os processos de não aprender na escola, incluindo a produção da escola na sociedade capitalista são imprescindíveis para a atuação crítica da psicologia nas questões escolares.
This study aims to present and discuss the results of research that investigated the repercussions of psychological referrals resulting from school complaints reported by young residents in Porto Velho, Rondônia. Based on the school psychology scientific frame, the study used an interview script to listen to four young students between the ages of 22 and 29, with more than 10 years of refer-rals, and their mothers. The analysis sought to understand each person's story and, subsequently, the common aspects to all of them. The results demonstrated the suffering generated by the non-learning condition in the school and shows that the services that were offered were clinical biased, and did not consider the schooling processes that gave rise to the complaints. The analysis also shows that referrals to health professionals produced subjective effects that did not result in improvements to the schooling process. On the contrary, they actually reinforced and contributed to the students creating worse perspectives about themselves than what the referral originally had been based on. It was concluded that broader understandings of the non-learning processes in school, including school production in a capitalist society, are indispensable for the critical action of psychology in school issues.
El texto tiene por objetivo presentar y discutir resultados de la investigación que indago las repercusiones de las remisiones/atención psicológica resultantes de quejas escolares a las que se sometieron jóvenes residentes en Porto Velho-RO. Basado en referencias de la psicología escolar crítica, la investigación utilizó un guion de entrevista para escuchar a cuatro jóvenes entre 22 y 29 años y sus madres, más de 10 años después de haber sido remitidos. El análisis buscó comprender la historia de cada sujeto y, posteriormente, los aspectos comunes entre ellas. Los resultados demuestran el sufrimiento generado por la condición de no aprender en la escuela e indican que la atención recibida fue desde el sesgo clínico, sin considerar los procesos de escolarización que dieron origen a las quejas; demostrando, además, que las remisiones para profesionales de la salud produjeron efectos subjetivos que no resultaron en mejoras en el proceso de escolarización. Al contrario, reforzaron y contribuyeron para que los sujetos crearan visiones de sí mismos peores que aquellas que generaron las remisiones. Se concluye que las comprensiones más amplias sobre los procesos de no aprender en la escuela, incluyendo la producción de la escuela en la sociedad capitalista, son imprescindibles para la actuación crítica de la psicología en las cuestiones escolares.